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terça-feira, 12 de março de 2013

Com brasileiro Dom Odilo entre favoritos, missa abre conclave.

Escolha do sucessor de Bento XVI começa nesta terça (12) no Vaticano.
Dom Odilo nasceu no RS, mas cresceu e foi ordenado padre no Paraná.

Cassiane SeghattiDO G1 PR, em Cascavel
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Brasileiro Dom Odilo Scherer reza missa em Roma neste domingo (10) (Foto: Gabriel Bouys/AFP)Brasileiro Dom Odilo Scherer reza missa em Roma neste domingo (10) (Foto: Gabriel Bouys/AFP)
Com o início do conclave nesta terça-feira (11), a expectativa da família de Dom Odilo Scherer,cotado como potencial candidato para suceder Bento XVI como Papa, é grande. Residentes na região oeste do Paraná, os irmãos do religioso aguardam angustiados pela decisão. “Neste momento, todos os parentes estão eufóricos. É um grande momento para a nossa família. Se isso realmente vier a acontecer, é capaz da nossa mãe levantar do túmulo porque ela tanto desejava que ele fosse bispo, mas jamais que fosse Papa”, disse ao G1 o irmão de Odilo, Lotário Augusto Scherer, que mora em Palotina.
O sétimo filho, de um total de 13, Odilo nasceu em 1949 em Cerro Largo, no Rio Grande do Sul, mas com apenas dois anos de idade já havia se mudado com a família para Toledo, no oeste do Paraná, onde deu início à trajetória na Igreja Católica.
Família Dom Odilo Scherer (Foto: Arquivo Pessoal)Dom Odilo Scherer foi ordenado padre em 1976
(Foto: Arquivo Pessoal)
Atualmente, Dom Odilo Scherer é Arcebispo da cidade de São Paulo e um dos 115 cardeais que irão participar da escolha do novo Papa. O nome dele figurou em reportagens de jornais internacionais que apontam para uma articulação para escolher um nome da América Latina para o cargo de chefe da Igreja.
Segundo Lotário, Dom Odilo nunca manifestou interesse em ser Papa. No entanto, quando se tornou cardeal, a família fazia “brincadeiras” sobre a possibilidade. “A única coisa que poderia se esperar dele é que poderia votar para o próximo Papa. Jamais ele desejou ser Papa. É simplesmente uma coisa impensável para todo mundo. Completamente inimaginável. É claro que será uma honra imensa e, claro, vai ser uma responsabilidade muito grande porque a gente vai ser olhado com olhos de outro tipo e precisa corresponder quanto a isso”, contou.

Apesar da torcida de toda a família, a hipótese de a fumaça branca do conclave anunciar o nome de Odilo é pensada como “remota”. Lotário afirmou ao G1 que se considera o mais cético quanto a decisão e não acredita que um Papa brasileiro seja eleito. “São 115 pessoas que são votantes e os mesmos são possíveis candidatos a Papa. Ninguém chega lá e diz eu sou o candidato. Acho muito remoto escolher um papa fora da Europa”, assegurou.
Ele diz estar apreensivo e sabe o que significa o peso da responsabilidade. “O cargo é absolutamente pesado no meu entender. Estamos num momento bastante difícil da igreja. Tem que reorganizar as diversas situações como todo mundo sabe. Por outro lado, estou muito feliz. Apenas a possibilidade e sabendo que ele está lá, independente do que venha acontecer, a gente fica muito contente”, afirma.
Por outro lado, apesar de não acreditar, Scherer diz que ficará muito feliz se o irmão for eleito Papa e garante que ele será um grande líder. religioso “Pela aptidão, pelo preparo, a gente não tem dúvidas de que ele tem todas as qualidades humanas para um Papa”, completou.
Família do cardeal chegou a Toledo, no Paraná, em 1951 (Foto: Arquivo pessoal)Família do cardeal chegou a Toledo, no Paraná,
em 1951 (Foto: Arquivo pessoal)
De família bastante religiosa, Odilo foi o único dos 11 irmãos vivos que seguiu adiante na carreira religiosa, após os estudos em seminários. “Na família inteira, meus pais, parentes, tios, eram muito religiosos. Era costume na família ter pelo menos um padre, uma freira. Tanto que, dos 11 irmãos, 10 estudaram em colégio de freira, de padre”, lembrou.
Lotário afirmou que o cardeal, além de extremamente informal e simples, gosta muito do contato com a natureza. “Ele tem lá [em São Paulo], até hoje, um jardinzinho que ele faz questão dele mesmo podar, cuidar”, complementou.
O irmão também contou que Dom Odilo é muito ligado à família e, sempre que possível, convida algum parente para passar as férias com ele. E quando pode, arruma um tempo para passar alguns dias na cidade onde passou a infância. “Os lugares que ele não deixa de visitar é a casa que era dos nossos pais, passar no cemitério e sempre se comunica com todos os irmãos”, garantiu.
Desde que o cardeal foi a Roma, a família não conseguiu mais conversar com ele. Apenas receberam uma mensagem, por celular, dizendo que estava tudo bem. A última vez que ele esteve no Paraná foi nos dias 19 e 20 de janeiro, durante um encontro da família, realizado emCapitão Leônidas Marques, também no oeste.
Família Dom Odilo Scherer (Foto: Arquivo Pessoal)Da esquerda para a direita, Dom Odilo é o segundo atrás e em pé (Foto: Arquivo Pessoal)
Presbiterado
A nomeação como presbítero ocorreu no dia 7 de dezembro de 1976, feita em Toledo por Dom Armando Círio. Na função, foi reitor e professor no Seminário Diocesano de São José, emCascavel, entre 1977 e 1978, no Seminário Mãe da Igreja, em Toledo, entre 1979 e 1982, professor de filosofia na Faculdade de Ciências Humanas Arnaldo Busatto, em Toledo, entre 1985 e 1994, professor de teologia no Instituto Teológico Paulo VI, em Londrina, em 1985, Vigário Paroquial e Cura da Catedral Cristo Rei, de Toledo, entre 1985 e 1988, Reitor do Seminário Teológico de Cascavel entre 1991 e 1992, Reitor do Seminário Diocesano Maria Mãe da Igreja em 1993, Membro da Comissão Nacional do Clero da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil entre 1985 e 1988, membro da Comissão Teológica do Regional Sul II, entre 1992 e 1993, Oficial da Congregação para os bispos na Cúria Romana entre 1994 e 2001.
Episcopado
A nomeação como Bispo-Titular de Novi e auxiliar de São Paulo veio no dia 28 de novembro de 2001. A Ordenação Episcopal de Dom Odilo Scherer foi sagrada pelo Cardeal Dom Cláudio Hummes, Arcebispo de São Paulo, no dia 2 de fevereiro de 2002, e a posse ocorreu no dia 9 de março do mesmo ano. A nomeação como o sétimo Arcebispo de São Paulo – a terceira maior Arquidiocese Católica Romana do mundo – aconteceu no dia 20 de março de 2007, feita pelo então Papa Bento XVI.
No episcopado, Scherer foi Bispo Auxiliar de São Paulo entre 2002 e 2007, secretário-geral da CNBB entre 2003 e 2007, secretário-geral adjunto da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, em 2007. Atualmente, é membro da Comissão Episcopal Pastoral para a Doutrina da Fé da CNBB e presidente da Regional Sul 1 da mesma entidade.
Dom Odilo foi criado cardeal, em 2007, por Bento XVI (Foto: Reprodução/RPC TV)Dom Odilo foi criado cardeal, em 2007,
por Bento XVI (Foto: Reprodução/RPC TV)
Cardinalato
No dia 27 de novembro de 2007, Odilo Scherer foi criado Cardeal pelo Papa Bento XVI, no Consistório de 2007, na Basílica de São Pedro. Entre os departamentos que compõem a Cúria Romana, ele é membro da Congregação para o Clero da Comissão Cardinalícia de Vigilância do Instituto para as Obras de Religiões, do XII Conselho Ordinário da Secretaria do Sínodo dos Bispos, do Pontifício Conselho para a Família, da Pontifícia Comissão para a América Latina, e do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização.

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