APRESENTAÇÃO
O
Arrastão Cultural é o tradicional cortejo que o Liceu Escola realiza pelas ruas
de Icoaraci, sempre no mês de junho, fechando o primeiro semestre do ano
letivo. Em 2013, o evento assume a forma de Escola de Samba, organizando-se em
alas e alegorias (carroças alegóricas), e trazendo como enredo o tema gerador
de 2013: “Liceu Escola mergulhando na diversidade sociocultural e geográfica de
Belém”, fundamentado
nos projetos interdisciplinares e nos planos de ensino que os professores vêm
desenvolvendo com os alunos.
SINOPSE DO
ENREDO
O enredo estabelece um diálogo entre
a capital paraense e seus Distritos, especialmente Icoaraci, tomando como fio
condutor o estudo que vem sendo desenvolvido na escola sobre autores e
manifestações culturais paraenses. Portanto, as obras de Bruno de Menezes,
Dalcídio Jurandir, Eneida de Moraes, Ruy Paranatinga Barata e Waldemar
Henrique; as manifestações culturais: cordões de pássaros, cordões de bichos,
bois-bumbás, festejos juninos e a cerâmica; a história e a geografia de
Icoaraci numa perspectiva sociocultural e econômica encontram-se articulados
para mostrar no desfile como e o que o Liceu vem realizando em sua
missão de educar.
Entre
a floresta e a água nasceu Santa Maria do Grão Pará e na confluência dos Rios
Pará (Baía do Guajará) e Maguari originou-se Icoaraci, o sorriso de Belém. Sebastião Gomes de
Souza, por Decreto do então Governador do Grão Pará e Maranhão, Fernão Carrilho
recebeu em doação as terras dessa área no ano de 1701, e tornou-se o primeiro
sesmeiro da região, instalando-se em uma casa de taipa, ponto de partida para a
transformação dessa área na fazenda Pinheiro, nomeação referente à cidade natal
portuguesa de Sebastião Gomes.
Posteriormente a Fazenda Pinheiro foi doada ao Convento de Nossa Senhora
do Monte Carmo, passando a pertencer à Ordem dos Frades Carmelitas Calçados,
que na junção com a Fazenda Livramento usaram essas terras para a criação de
gado, roças, extração de madeira para fazer carvão e construção de olarias. Em
1824, os Carmelitas Calçados venderam as fazendas, resultando no povoado que
passou a se chamar Santa Izabel, em seguida São João Batista. Em 1895, o
povoado elevou-se a categoria de vila e voltou a denominar-se Pinheiro. É
durante a intervenção de Magalhães Barata que a Vila de Pinheiro passa a
denominar-se Icoaraci, em 1943.
As terras próximas ao rio foram doadas a vários moradores com o objetivo
de povoar a área, hoje denominada Paracuri. Muitas famílias vieram atraídas
pela argila abundante nas encostas do rio. Fazedores da cerâmica familiar ou
utilitária foram povoando essa localidade e disseminando a arte da cerâmica
artesanal, fonte de sustento de toda uma comunidade.
Em 1996, o Distrito de
Icoaraci, mais precisamente o Paracuri, ganha o Liceu Escola de Artes e Ofícios
Mestre Raimundo Cardoso, cujos processos educacionais baseiam-se na visão
sistêmica e se voltam ao desenvolvimento sustentável, sem perder
de vista as articulações com a cultura local, representada especialmente pelo
seu Patrono. O Liceu comemora seu aniversário no dia 19 de março, data
considerada um marco para a comunidade local, pois foi quando a escola começou
a funcionar, antes de sua inauguração oficial que só aconteceu em dezembro de
1996.
O nome da escola é uma homenagem ao Mestre
Raimundo Saraiva Cardoso, nascido em Vigia (PA) no dia 29 de julho de 1930 e
falecido em Belém (PA) em 2007, herdeiro das técnicas da arte ceramista de sua
mãe, descendente direta dos Aruã, último povo marajoara.
Autodidata, Mestre Cardoso interessou-se pela
cerâmica indígena da Amazônia, pesquisou em bibliotecas e no Museu Paraense
Emílio Goeldi teve a oportunidade de estudar a cerâmica arqueológica
diretamente na fonte. Em busca de aprimoramento de técnicas, adentrou a
floresta para coletar sementes, raízes e pigmentos, com os quais experimentou a
elaboração de corantes e antiplásticos, que usou com maestria em sua produção.
Suas réplicas e recriações das cerâmicas: marajoara e tapajônica, de perfeição
e beleza incomparáveis, ganharam o mundo, tornando-o reconhecido nacional e internacionalmente.
SAMBA-ENREDO
No chão de Icoaraci ergueu-se o Liceu
Imponente escola, templo do saber.
Hoje eu sei ler, eu já sei contar
Eneida, Bruno, Dalcídio e Waldemar.
Com a benção
de Mãe Preta
Quero abrir
minha aruanda
Revoando a
passarada
Tem Tem-Tem
da Dona Zula
Tem até Leão
Dourado
Nos Cordões
da Bicharada.
.
Nas águas do
Paracuri
Eu vou remar,
eu vou pescar,
Nas ruas do
Paracuri
Eu vou dançar
com o Vaiangá.
Esse rio é
minha rua
Paranatinga
já cantou
Com o seu Uirapuru
Waldemar me encantou
Dos campos de
Cachoeira
Poesia de
Dalcídio Jurandir
Curumim vai
pelo mundo semear
Caroço de
tucumã, poesia é chuva boa
Chuva boa de
encantar.
Na feira da
Oito de Maio eu vou comprar
Peixe, açaí,
tapioca e tucupi.
Deus, do
barro fez o homem
E o homem seu
alguidar
Vila Sorriso, berço da cerâmica,
Meu São João vou festejar.
Letra: Janice
Lima
Música: Xaxá
TRAJETO
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