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quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Importância da Ergonomia para a Trabalhadora Gestante

Durante o período gestacional a mulher passa por alterações fisiológicas significativas, e seu desempenho necessita de cuidados, quer seja no lar, no lazer e principalmente no trabalho. Neste sentido proteger a integridade tanto da mãe como do feto se torna uma ferramenta importante dentro da organização do trabalho. Assim quando exposta ao trabalho repetitivo com utilização de força, inexistência de pausa para descanso contribuirá para o adoecimento.

As patologias do membro superior são as que mais prevalecem durante o período gestacional, em função das variações hormonais em especial da relaxina que somente se apresenta na gestação a qual tem a função de promover um relaxamento da musculatura, tendões e ligamentos para preparar a mulher para o parto. Assim este relaxamento natural, mas quando a gestante exposta ao trabalho de força, repetição e postura antiergonômica poderá adoecer, tendo uma forte relação com as lombalgias, síndrome do túnel do carpo, tendinite de De Quervain e síndrome de Ghion

Ambientes frios, muito quente, ruídos e jornada na postura em pé ou sentada por períodos prolongados comprometerão a integridade física da gestante contribuindo para o surgimento de patologias. No mundo contemporâneo a mulher gestante conquistou vários direitos dentro da organização do trabalho, destacando benefícios nos atendimentos médicos, estabilidade no trabalho, pausas para amamentação e licença a maternidade, mas ainda faltam medidas mais efetivas respeitando a fisiologia da gestação e a jornada de trabalho, bem como a sua ocupação de acordo com a progressão da gestação.

É notório saber que durante todo o período de gestação a mulher apresenta vários sintomas músculo-esquelético, destacando a região da coluna lombar, punhos, mãos, joelhos e tornozelos. Neste sentido a ergonomia poderá contribuir para uma prevenção efetiva, atuando antes que a doença se estabeleça, proporcionando a gestante um ambiente mais seguro, confortável e saudável. Contudo se torna necessário um maior aprofundamento dos estudos referente à fisiologia da gestação e sua relação com a prevalência de constrangimentos musculoesqueléticos para que precocemente através da análise ergonômica do trabalho possamos proporcionar a gestante exposta ao trabalho repetitivo um ambiente mais humanizado.

A gestação é uma das melhores fases da vida humana a qual simboliza a paz, união e continuidade da espécie humana. Embora seja uma condição natural da mulher, várias alterações hormonais acontecem neste período, proporcionando significativas adaptações e regulações no organismo da gestante, afetando os sistemas cardiovascular, respiratório, endócrino e musculoesquelético. Assim estas alterações interferem na ergonomia da vida diária da mulher, alterando todo o funcionamento do organismo feminino, destacando o sistema musculoesquelético resultando em desconfortos principalmente na coluna vertebral e articulações. Neste período destacam-se os hormônios da progesterona, estrogênio e relaxina os quais tem um importante papel na formação do feto e preparação para o parto, mas infelizmente atuam diretamente no sistema muscular proporcionando à gestante trabalhadora desconfortos e propensão a lesão nas articulações e aparelho digestivo.

O período gestacional é dividido e mensurado por trimestres e subdividido por semanas, compreendido em três (03) trimestres, onde o 1º trimestre (1 a 12 semanas), o segundo trimestre (13 a 28 semanas) e o terceiro trimestre (da 29ª semana até o parto). Assim as principais alterações no corpo da mulher durante a gestação são referidas às alterações hormonais, principalmente da relaxina a qual atua diretamente nos músculos, tendões e ligamentos, proporcionando uma crescente elevação do volume de sangue e feto, tendo como conseqüência um aumento considerável do peso corporal.

Durante gestação acontecem várias alterações no organismo da mulher, desde a fecundação até aproximadamente quatro meses após o parto. Embora estas modificações fazem parte do processo natural, tanto os aspectos fisiológicos com psicológicos devem ser observados com cuidado para não comprometer a saúde da gestante trabalhadora, principalmente quando a gestante se envolve além do trabalho profissional com os afazeres domésticos.

No período gestacional a mulher tem um aumento considerável de peso, o qual oscila entre 10 a 12 kg. Este ganho de peso fica mais acentuado a partir do terceiro trimestre da gestação, onde a pressão discal na coluna lombar aumenta consideravelmente, proporcionando o surgimento da lombalgia e dores em outras regiões da coluna vertebral, com uma proporção de 10% na região cervical, 80% na região lombar e 50% na região sacroolíaca.

Durante o período gestacional, ocorrem distúrbios de comportamento, destacando a alteração de humor, dificuldade de concentração, ansiedade e rejeição alguns tipos de alimentos, provocando o surgimento de edemas e varizes. Em função das alterações hormonais os quais contribuem para retenção hídrica e compressão nervosa no tecido conjuntivo deixando a gestante com uma predisposição ao adoecimento, destacando a síndrome do túnel do carpo e síndrome de De Quevain. É importante saber que durante a gestação em especial durante o terceiro trimestre a gestante sofre um efeito do hormônio relaxina o qual contribui para uma maior flexibilidade da gestante, deixando-a preparada para o parto. Estes mesmos autores alertam que esta flacidez proporcionada pela relaxina proporciona um relaxamento significativo das articulações deixando a gestante propensa a se lesionar tanto na coluna como nos tornozelos e punhos. Assim é interessante observar que a relaxina é responsável pelo aumento da flexibilidade da mulher, este hormônio que somente é produzido na gestação inicia-se na segunda semana, permanecendo até o final da gestação, atuando no colágeno para uma maior flexibilidade das articulações.

Percebe-se que durante a gestação a mulher passa por várias alterações fisiológicas, as quais proporcionam uma constante regulação. Neste sentido é notório saber que a ergonomia exerce um papel fundamental na saúde da trabalhadora, no caso da gestante se torna necessário conhecer melhor a fisiologia da gestação para que assim possamos contribuir com a sua qualidade de vida. Assim a ergonomia poderá contribuir na prevenção de acidentes tanto no trabalho doméstico como na empresa, contribuindo para que a gestante possa desempenhar suas tarefas com saúde e segurança. Na legislação vigente verificam-se grandes conquista por parte da gestante, como licença maternidade, direito a amamentação, mas ainda temos um longo caminho a seguir. Assim compreender a fisiologia da gestação, poderá contribuir para a prevenção, visto que ainda temos um número expressivo de gestantes trabalhadoras propensas ao adoecimento, destacando a lombalgia e síndromes compressivas como a síndrome do túnel do carpo, síndrome de De Quervain e Síndrome do canal de ghion.

Fonte: http://semprematerna.uol.com.br/gravidez/costas-dores

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