Nadador chega a dez medalhas de ouro, mesma marca do mesa-tenista, mas fica com a prata no revezamento 4x200m livre e não consegue ultrapassá-lo
Cinco dias. Foi disso que Thiago Pereira precisou para grudar em Hugo Hoyama como maior medalhista de ouro do Brasil na história dos Jogos Pan-Americanos. Os 400m medley no sábado, o 4x100m livre no domingo, os 100m costas na segunda, e nesta quarta o ouro que faltava para chegar aos dez em Pans, igualando a marca do mesa-tenista. Foi numa prova que ele costuma dominar no continente, os 200m medley. Quatro estilos, duas idas e duas voltas na piscina de Guadalajara, 1m58s07. Na última batida, a confirmação: o Mr. Pan está no topo.
A festa só não foi completa porque, uma hora depois, Thiago não conseguiu repetir a dose no revezamento 4x200m livre. Ele fechou a prova em ritmo forte, mas quando caiu na água já era impossível alcançar os Estados Unidos, e o Brasil ficou com a prata.
Hoyama foi eliminado no individual do tênis de mesa e não tem mais chances de ouro em Guadalajara. Thiago folga na quinta-feira e dá um tempo em sua maratona, mas ainda voltará à piscina para disputar mais dois ouros: 200m costas e revezamento 4x100m medley.
Nos 200m medley, Henrique Rodrigues ainda ficou com o bronze, com o tempo de 2m03s41. O americano Connor Dwyer fez 1m58s64 e ficou com a prata. Como se não bastasse a marca pessoal, Thiago ainda conquistou a medalha de número 150 da natação brasileira em Jogos Pan-Americanos.
Quando Thiago bateu na frente no medley, sequer comemorou, já pensando no revezamento que viria pouco depois. Bateu em primeiro, manteve a expressão séria e, no máximo esboçou um sorriso tímido. Saiu da piscina apressado para se poupar.
- O décimo ouro veio na minha prova preferida, em que eu conquistei meus maiores títulos, os momentos mais importantes vieram dela. Mais uma vez ela me trouxe um momento importante que é essa medalha de ouro – afirmou Thiago.
Henrique Barbosa deixou a piscina satisfeito, principalmente levando em conta a recuperação de uma lesão no ombro e a infecção alimentar que o pegou no início do Pan. No dia do desfile de abertura, ele comeu um sanduíche e teve um problema estomacal. Desde então, vinha tentando se recuperar.
- Estou vindo de um mês parado por causa de uma lesão no ombro. Aqui serviu de treinamento para as Olimpíadas. Estou saindo com duas medalhas, uma de ouro e uma de bronze no meu primeiro Pan. Mais feliz que isso não tem como. Meu objetivo aqui era brigar com o Thiago, mas essa infecção alimentar veio para me derrubar. Não deixei me abater de todo jeito. Acho que valeu muito, estou muito contente – afirmou Henrique.
No revezamento, André Schultz começou mal, mas se recuperou na segunda metade da sua perna e entregou em segundo lugar para Nicolas Oliveira, que caiu para terceiro. Leonardo de Deus passou a brigar pela prata com a Venezuela, mas só com Thiago o Brasil conseguiu garantir a segunda posição. Os americanos, no entanto, tinham chegado bem antes, com o tempo de 7m15s07.
- Estou satisfeito. Estava com medo desse revezamento. Falei com o Albertinho que eu saí dos 200m medley cansado. A gente estava numa disputa com a Venezuela, até achei que eles estariam bem melhor dentro da prova. E a gente já sabia que os Estados Unidos estariam bem na frente. Acabou que a gente conseguiu essa medalha de prata – afirmou Thiago.
Leonardo de Deus, que entrou no revezamento para substituir Rodrigo Castro, cortado na última hora por causa do limite de atletas na delegação brasileira, também deixou a água satisfeito.
- Eu nem nado essa prova, mas com a saída do Rodrigo Castro eu entrei para ajudar o Brasil. Fiz o meu possível e acho que foi um bom resultado para o Brasil. É o meu primeiro Pan-Americano, então eu acho que um ouro e uma prata, além do 200m costas que eu ainda tenho chances de ganhar medalha, foram ótimos resultados para mim - afirmou o nadador, que já tinha vencido os 200m borboleta.
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