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sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Maior vencedora do Brasil em Pans, carateca bate mexicana e leva o tetra.

Lucélia de Carvalho é casada com Douglas Brose, que ganhou um bronze nesta sexta. Casal repete o resultado do Pan do Rio de Janeiro em 2007

Por Gabriele Lomba
Direto de Guadalajara, México

Lucélia de Carvalho pulou no colo do marido e o beijou, sob vaias. Do outro lado, de faixa vermelha, estava a mexicana Yadira Lira, bicampeã mundial. A luta terminou em 0 a 0, mas a brasileira, mais ofensiva, venceu na decisão dos árbitros. E botou no peito o ouro nos Jogos Pan-Americanos pela quarta vez consecutiva. De Winnipeg-1999 a Guadalajara-2011, a menina que trocou o balé pelo caratê se casou, ficou loura e se tornou a atleta do país com o maior número de vitórias na competição. O caratê ainda não é esporte olímpico.

Lucélia Ribeiro caratê pan-americano  vôlei (Foto: AFP)Lucélia de Carvalho (à direita) faturou o tetracampeonato pan-americano (Foto: AFP)

- Era um título que eu queria muito, por mim e pelo meu esporte. Busquei com muito afinco. Desde o Pan do Rio estou perseguindo essa medalha – disse.

Um pouco antes da final, Lucélia tentava, de rabo de olho, ver o marido, Douglas Brose, disputar as semifinais. Ele perdeu, ficou com o bronze. Repetiu o resultado do Pan do Rio, em 2007.

Já com a medalha, Douglas fez o mascote de pelúcia, ganho um pouco antes, na premiação dos 60kg sofrer. Ao lado do tatame, ele não conseguia controlar o nervosismo. Viu, pela segunda vez, sua esposa se consagrar a melhor da categoria até 68kg.

- Quando ele está lutando eu também fico para morrer. A gente vem para cá como equipe. Está sempre levando medalha para casa. No ano passado ele foi campeão mundial, e eu não subi no pódio, mas foi como se tivesse subido também. Quando um ganha, o outro ganha também.

Aos 33 anos, Lucélia não sabe se terá condições de brigar pelo penta em Toronto-2015. Meso que não consiga, vai ficar na torcida para que alguma atleta, de qualquer esporte, consiga superar sua marca.

- Sei que é difícil, mas espero que batam. Vai ser bom para o país. Não tenho egoísmo. Vivo um ano de cada vez. Procuro me cuidar muito, da parte física e da alimentação. Ano que vem tem mundial. Este ano ainda tem a final. Se chegar em 2015 com condições de representar o Brasil e conseguiu uma medalha, vou tentar.


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