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sábado, 9 de fevereiro de 2013

Carnaval de Belém agita a população na Aldeia

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Muitas cores e muita alegria no primeiro dia de desfile oficial das es






Muitas cores e muita alegria no primeiro dia de desfile oficial das escolas de samba de Belém. Na noite de sexta-feira (08) e madrugada de sábado, as oito escolas de samba do 2º grupo ganharam a avenida da Aldeia Amazônica Davi Miguel, no bairro da Pedreira, e levantaram a multidão. O evento, organizado pela Fundação Cultural de Belém (Fumbel), segue até segunda-feira (11).
Além do prestígio da população, a festa contou com a presença da vice-prefeita Karla Martins. “Apesar das dificuldades, a Prefeitura de Belém, por meio da Fumbel, fez um grande esforço para garantir esta festa para a população. Pretendemos, inclusive, retomar os grandes carnavais da cidade, com o apoio do Governo do Estado e da iniciativa privada, pois o município merece e espera esta valorização”, disse.
Nas arquibancadas, a aposentada Benedita Oliveira, de 70 anos, era uma das mais animadas de sua família. “Nasci e cresci no bairro da Pedreira, fui sambista em vários blocos e escolas de samba e fico muito feliz que a Prefeitura de Belém se preocupe com o carnaval na nossa cidade. Carnaval é isso: alegria e animação para toda a família”, comentou.
A festa começou por volta das 19 horas, com o desfile do bloco carnavalesco da Fundação Papa João XXIII (Funpapa), que levantou a bandeira da garantia dos direitos das crianças, adolescentes e idosos; o bloco de samba da Secretaria de Saneamento (Sesan), levando a mensagem de preservação do meio ambiente com a campanha “Cuida Belém, Cuide Também”; e, finalmente, o bloco Ita Lemi Sinavuru, que retratou na avenida a cultura afro, a diversidade cultural e a inclusão social.
“Vale ressaltar que o carnaval não começou agora, mas já vem sendo realizado desde o mês de janeiro, com o carnaval na orla de Belém, nos bairros e também nos distritos”, acrescentou a presidente da Fumbel, Heliana Jatene, durante o desfile das escolas oficiais.
Ainda na concentração, o autônomo Ricardo Viana, de 44 anos, disse tocar tamborim e outros instrumentos no carnaval de Belém nos últimos 10 anos. “É sempre bom sentir essa energia durante os desfiles. Aliás, quando saio nas escolas grandes, ainda sinto um friozinho na barriga”, confessou.
Desfiles
Abrindo o desfile oficial a Associação Carnavalesca “Xodó da Nêga” trouxe para a avenida cerca de 1,3 mil participantes e 150 ritmistas. Com o enredo “Então é Natal”, a população foi convidada a ocupar as arquibancadas e ensaiar os primeiros passos ao longo da noite. Em seguida, os “Embaixadores Azulinos” invadiram o corredor com o enredo inspirado no Círio de Nazaré, a maior festa religiosa do Brasil, e declararam seu amor ao time do coração.
A terceira escola a entrar, “Mocidade Unida do Benguí”, destacou-se pelas fantasias exuberantes na Aldeia. Em 2012, a escola ganhou acesso ao 2º grupo e marcou presença com 800 componentes, que cantaram a fauna e flora amazônica e a preservação do meio ambiente.
Na sequência, a “União Montenegrense” trouxe o enredo “O Devorador de Mundos”, que alertou sobre os perigos do plástico, considerado o principal agente destruidor da natureza. O destaque foram os carros alegóricos, dentre eles um que representava um enorme dragão.
Já na madrugada de sábado, a escola “Coração Jurunense” relacionou as passagens bíblicas Gênesis e Apocalipse com as Grandes Navegações, e também alertaram sobre a importância da preservação ambiental.
Dentre as menores escolas em quantidade de brincantes, cerca de 700, o “Habitat do Boto” não se intimidou e fez bonito na avenida e no samba-enredo, homenageando Bragança, um dos municípios mais antigos do Pará. Também ganharam destaque com os carros alegóricos.
Finalmente, a escola da “Matinha” foi a última a desfilar e também prestou uma homenagem, no caso ao arquiteto italiano “Antonio Landi: um europeu tipicamente paraense”, como retratava o samba-enredo,  ainda com firme presença do público.
Todas as escolas foram avaliadas por 22 jurados nos quesitos Bateria, Enredo, Samba-Enredo, Alegoria, Fantasia, Evolução, Harmonia, Comissão de Frente, Mestre-Sala e Porta-Bandeira, Porta-Estandarte e Baianas. O resultado será divulgado na quinta-feira (14) junto com os demais grupos.
Força tarefa garantiu segurança e primeiros socorros
Quem circulou na Aldeia Amazônica pôde conferir a forte presença da Guarda de Belém (GMB), Autarquia de Mobilidade Urbana (Amub), Defesa Civil, Polícia Militar, Polícia Civil e Corpo de Bombeiros, atuando juntos dentro e fora do corredor da folia.
Dos 1.353 guardas municipais distribuídos em Belém e nos distritos durante os sete dias de operação, cerca de 200 agentes do Grupamento de Ações Táticas (GAT), Ações Táticas com Cães (Atac) e Divisão de Operações (DOP) garantiram a segurança no primeiro dia de desfile.
Além disso, nos quatro dias de programação na Aldeia, a Prefeitura de Belém conta com vários voluntários e servidores para assegurar os primeiros socorros no caso de os brincantes se machucarem nas arquibancadas, arredores ou ao longo da avenida.
“Nos dias de desfile oficial geralmente são contabilizadas até 10 ocorrências, a maioria por foliões que exageram com a bebida. Foi o caso de um senhor que caiu embriagado, e bateu a cabeça. Depois do atendimento e primeiros socorros a equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) ele foi encaminhado até o Pronto Socorro do Umarizal”, disse o coordenador operacional da Defesa Civil, Claudionor Corrêa.
Ainda segundo o coordenador, um total de 30 voluntários da Defesa Civil atuarão durante o Carnaval na Aldeia Amazônica, distribuídos em equipes na concentração, dispersão e corredor da folia.
Já o efetivo do Corpo de Bombeiros Civis, no primeiro dia, foi composto por 13 agentes que percorreram a área e o entorno da Aldeia, fazendo a prevenção de acidentes e incêndios aos brincantes, semelhante ao trabalho dos Bombeiros Militares, com 18 agentes.
Pela parte da Secretaria de Saúde (Sesma) dois técnicos, um enfermeiro e um médico estarão de plantão na Aldeia para atender os casos menos graves. “Estamos aptos para fazer suturações e atender casos de hipertensão e sintomas gerais, como dores de cabeça e musculares. Também dispomos de um desfibrilador e equipamento de entubação”, garantiu o médico Jaime Bastos.
Risco
Na sexta-feira de Carnaval  cerca de 40 crianças foram encontradas na rua após as 22 horas, além de adolescentes sem documentação ou autorização dos pais ou responsáveis, o que caracteriza situação de risco.
A orientação da Funpapa, Polícia Civil, Tribunal de Justiça e Ministério Público é que, no caso das crianças,evitem frequentar quaisquer ambientes após as 10 da noite, mesmo acompanhadas, e que os adolescentes, por sua vez, estejam devidamente identificados e evitem andar sozinhos.

Texto: César Modesto
Fotos: Alessandra Serrão e Igor Pinto
Edição: Lene Tavares

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