CBJ já cumpriu três objetivos traçados: classificar os 14 atletas, chegar a uma final feminina e conquistar um ouro. Falta apenas superar o recorde de pódios
O judô brasileiro começou arrasador nas Olimpíadas. Logo no primeiro dia de disputas, no sábado, duas medalhas: obronze com Felipe Kitadai e o inédito ouro de Sarah Menezes. De uma vez só, duas metas traçadas pela Confederação Brasileira de Judô (CBJ) foram batidas. Uma era chegar à final feminina e a outra conquistar o ouro olímpico. As duas foram alcançadas por Sarah. No entanto, as conquistas pararam por aí. Nenhum brasileiro voltou ao pódio nos quatro dias seguintes de competição. E a meta principal, de voltar para casa com quatro medalhas e quebrar o recorde em uma única edição dos Jogos, parece ficar cada vez mais distante. Faltando duas categorias, com quatro brasileiros na briga, o coordenador-técnico da seleção, Ney Wilson, garante que o objetivo será alcançado.
- Não tem pressão nenhuma. Tenho absoluta convicção que vamos chegar à nossa meta. Não estou preocupado, temos munição para trabalhar com os erros. Essa meta foi feita em comum acordo com os atletas em cima de estatísticas e de números - afirmou.
Antes mesmo de as Olimpíadas começarem, a CBJ já comemorava o primeiro passo da corrida rumo a Londres: a classificação dos 14 atletas possíveis para Londres de forma direta, através do ranking da FIJ. Com dois judocas como líderes mundiais em suas categorias, Leandro Guilheiro no meio-médio e Mayra Aguiar no meio-pesado, a confiança era maior.
Eliminação de Leandro Guilheiro abalou
Mas depois das medalhas de Sarah e Kitadai, o Brasil viu Érika Miranda, Leandro Cunha,Rafaela Silva, Bruno Mendonça, Mariana Silva, Leandro Guilheiro, Maria Portela e Tiago Camilo ficarem fora do pódio. Apesar dos últimos resultados, Ney Wilson reforça que não existe pressão sobre os judocas, no entanto reconhece que alguns deles sentiram, principalmente, a derrota de Guilheiro, apontado como a maior esperança de medalha do Brasil.
- Os atletas não estão vivendo esse clima (de pressão). Estão vindo (para a Vila Olímpica) só um dia antes da luta e não estão se envolvendo, porque é perigoso. Nosso esporte é individual. Cada um luta por si. Mas é óbvio que o Leandro (Guilheiro) é uma referência dentro da equipe. Como referência, é sempre um ponto que pode mexer com aqueles que ainda não estão convictos do que estão fazendo aqui. A Maria Portela, por exemplo, vinha em ascensão muito grande, mas sentiu o peso das Olimpíadas, não tenho dúvida disso. A competição mexe muito com o emocional do atleta, e, às vezes, ele se deixa engolir pelo evento - disse Ney, que ainda contou que Mayra Aguiar chegou à Vila nesta quarta-feira e não quis ir ao Complexo Excel acompanhar as lutas de Portela e Camilo para se concentrar.
A dois dias do fim das competições de judô, o Brasil ainda tem quatro chances de alcançar a meta das quatro medalhas - superando Los Angeles 1986 e Pequim 2008, com três conquistas cada. Nesta quinta, o campeão mundial Luciano Correa e a líder do ranking dos meio-pesados Mayra Aguiar sobem no tatame. Na sexta, as últimas esperanças ficam por conta dos pesados Rafael Silva e Maria Suellen Altheman.
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