O Palmeiras conquistou o título da Copa do Brasil longe da torcida, no Estádio Couto Pereira. Mas a primeira partida que aconteceu em Barueri teve uma grande festa dos palmeirenses e uma ação especial chamou a atenção: diversos torcedores usaram ou improvisaram um bigode, com a intenção de homenagear Luiz Felipe Scolari. Nada mais justo, pois o treinador teve participação fundamental na conquista, encerrou seu jejum de títulos importantes e confirmou de vez seu status de ídolo na história do Palmeiras.
Mas cumprir essa missão não foi nada fácil para Felipão. Ele chegou ao time em 2010 e enfrentou dificuldades do tamanho de sua idolatria. Apesar de ser respeitado por ter sido o técnico campeão da Copa Libertadores, em 1999, ele foi criticado assim que chegou: o Palmeiras sofreu uma derrota vergonhosa para o Goiás na semifinal da Copa Sul-Americana e ainda terminou na décima posição no Campeonato Brasileiro.
O ano seguinte até começou melhor para o Palmeiras, que chegou a empolgar no começo do Campeonato Paulista. Mas duas derrotas estragaram o semestre: nos pênaltis, o time foi eliminado pelo Corinthians na semifinal do estadual. Três dias depois, perdeu por 6 a 0 para o Coritiba na Copa do Brasil e entrou em crise. A sequência do ano foi ainda pior, com luta contra o rebaixamento e uma polêmica entre Felipão e Kleber. O atacante saiu, mas o treinador ficou. E conseguiu dar a volta por cima no ano seguinte.
2012 começou com as velhas críticas de que Felipão era caro demais para o Palmeiras. Sua saída foi especulada mais uma vez, mas ele se manteve firme na intenção de cumprir seu contrato até o fim - o acordo se encerra em dezembro deste ano. Ele já anunciou que não pretende renovar o vínculo, porém com certeza a torcida palmeirense vai fazer pressão para que ele mude de ideia.
Afinal, é impossível não enxergar a cara de Felipão no time atual do Palmeiras. Como o gaúcho não é tão bonito, o futebol do time paulista também não é. Mas é competitivo, pois marca forte e sabe contra-atacar. Nada diferente do que Felipão já fez em seus trabalhos anteriores. Mas dessa vez ele também participou com sua estrela. Um exemplo disso foi marcante: ele tirou Mazinho do banco na primeira partida da semifinal contra o Grêmio, em substituição que foi decisiva - o atacante entrou, marcou e abriu caminho para vitória importante por 2 a 0.
Muito além desta substituição, o mérito de Felipão foi reunir um elenco que já passou por diversas confusões e fracassos. O capitão Marcos Assunção chegou a falar que que o treinador criou neste ano sua "família" - termo que remete ao último título de expressão conquistado por Felipão. Em 2009, ele até foi campeão uzbeque pelo Bunyodkor, mas lhe faltava um título de expressão para responder a todos que lhe taxaram de ultrapassado. O pentacampeão do mundo provou que voltou para ser campeão do Brasil. Agora a torcida vai querer usar o bigode também na Copa Libertadores de 2013.
Fonte:http://esportes.terra.com.br
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