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quinta-feira, 26 de julho de 2012

Benedito Nunes é visto como intérprete da Amazônia em pesquisa .

Estudo é fruto de pesquisas sobre as obras do autor voltadas para a região.
Filósofo é referência por suas obras literárias no Brasil e no mundo.

Do G1 PA

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Um ano após ser contemplado com o Prêmio Machado de Assis pelo conjunto da obra (2010), Benedito Nunes faleceu, aos 81 anos (Foto: Camila Lima/O Liberal)
Um ano após ser contemplado com o Prêmio Machado
de Assis pelo conjunto da obra (2010), Benedito Nunes
faleceu, aos 81 anos (Foto: Camila Lima/O Liberal)

O professor, ensaísta, teórico literário e filósofo Benedito Nunes será visto sob uma nova óptica em pesquisa realizada pela mestre Maria Stella Faciola Pessôa Guimarães. Após ser considerado durante anos referência na região amazônica e um dos mais conceituados intelectuais do Brasil, é a vez do filósofo ser analisado como um intérprete da Amazônia.

O estudo "Um Olhar Atrás da Escrita: O Pensamento de Benedito Nunes Sobre a Amazônia" foi fruto de pesquisas em textos de Benedito, voltados para a reflexão sobre a região amazônica.

A dissertação sobre o "Benedito amazônida" busca, entre outras coisas, servir de referência para a compreensão do filósofo como autor de obras que foram escritas durante toda a sua vida no estado do Pará, onde nasceu e fez história. A mestre pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará (UFPA), Maria Stella, é amante de literatura e conta como se aproximou do autor e de suas obras.

“Já conhecia o Benedito Nunes, mas não tive a oportunidade de ser sua aluna na UFPA, pois minha formação é em Engenharia Civil. Entretanto, cinco anos antes de sua morte, em 2011, ele começou a ministrar cursos gratuitos em Ananindeua, ligados à Arquidiocese de Belém. Eu passei a acompanhar essas aulas e me aproximei dele”, revela.

Na pesquisa, Maria Stella relacionou o fato de Benedito viver em Belém, na travessa da Estrella, com a produção do autor sobre sua região, segundo ela, bastante esparsa no tempo. A pesquisadora acredita que " (...) Não houve uma procura considerável por textos voltados ao contexto amazônico, e o próprio Benedito nunca se dedicou exclusivamente ao tema”, analisa. Ela conta que, os dois anos de pesquisa, que levaram à apresentação do trabalho em maio de 2012, trouxeram grande satisfação.

“Fico muito contente em participar desta interpretação e tornar mais visível essa face do professor Benedito. A intenção, agora, é publicar a dissertação e mostrar o que é a criação intelectual de Benedito Nunes como intérprete da Amazônia, do Pará, de Belém. Penso que o trabalho desenvolvido no NAEA servirá até mesmo para estimular novos pesquisadores, que poderão ampliar a leitura de Benedito que comecei a fazer. Sua obra tem uma dimensão singular, e merece ser mais lida e estudada”, finaliza.

Benedito Nunes é autor de diversas obras, que fizeram ele vencedor duas vezes do Prêmio Jabuti, o maior da literatura do Brasil (Foto: Camila Lima/O Liberal)Benedito Nunes é autor de diversas obras, que fizeram ele vencedor duas vezes do Prêmio Jabuti, o maior da literatura do Brasil (Foto: Camila Lima/O Liberal)

Sobre o autor
O belenense foi professor de Filosofia da UFPA, recebendo o título de Professor Emérito da instituição em 1998, além de ter dado aulas em universidades da França e dos Estados Unidos. Escreveu 15 obras, e venceu duas vezes o Prêmio Jabuti, o mais importante da literatura brasileira, em 1987 e 2010, ano em que também foi condecorado com o Prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, pelo conjunto da obra. Faleceu em 27 de fevereiro de 2011, aos 81 anos.

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