Estudo é fruto de pesquisas sobre as obras do autor voltadas para a região.Filósofo é referência por suas obras literárias no Brasil e no mundo.
O professor, ensaísta, teórico literário e filósofo Benedito Nunes será visto sob uma nova óptica em pesquisa realizada pela mestre Maria Stella Faciola Pessôa Guimarães. Após ser considerado durante anos referência na região amazônica e um dos mais conceituados intelectuais do Brasil, é a vez do filósofo ser analisado como um intérprete da Amazônia.
O estudo "Um Olhar Atrás da Escrita: O Pensamento de Benedito Nunes Sobre a Amazônia" foi fruto de pesquisas em textos de Benedito, voltados para a reflexão sobre a região amazônica.
A dissertação sobre o "Benedito amazônida" busca, entre outras coisas, servir de referência para a compreensão do filósofo como autor de obras que foram escritas durante toda a sua vida no estado do Pará, onde nasceu e fez história. A mestre pelo Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará (UFPA), Maria Stella, é amante de literatura e conta como se aproximou do autor e de suas obras.
“Já conhecia o Benedito Nunes, mas não tive a oportunidade de ser sua aluna na UFPA, pois minha formação é em Engenharia Civil. Entretanto, cinco anos antes de sua morte, em 2011, ele começou a ministrar cursos gratuitos em Ananindeua, ligados à Arquidiocese de Belém. Eu passei a acompanhar essas aulas e me aproximei dele”, revela.
Na pesquisa, Maria Stella relacionou o fato de Benedito viver em Belém, na travessa da Estrella, com a produção do autor sobre sua região, segundo ela, bastante esparsa no tempo. A pesquisadora acredita que " (...) Não houve uma procura considerável por textos voltados ao contexto amazônico, e o próprio Benedito nunca se dedicou exclusivamente ao tema”, analisa. Ela conta que, os dois anos de pesquisa, que levaram à apresentação do trabalho em maio de 2012, trouxeram grande satisfação.
“Fico muito contente em participar desta interpretação e tornar mais visível essa face do professor Benedito. A intenção, agora, é publicar a dissertação e mostrar o que é a criação intelectual de Benedito Nunes como intérprete da Amazônia, do Pará, de Belém. Penso que o trabalho desenvolvido no NAEA servirá até mesmo para estimular novos pesquisadores, que poderão ampliar a leitura de Benedito que comecei a fazer. Sua obra tem uma dimensão singular, e merece ser mais lida e estudada”, finaliza.
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