Nossa coluna anterior finalizava fazendo questão da necessidade de uma adequação na linguagem, no gesto e no compromisso na hora de ministrar as nossas aulas. Agora é mais fácil. Estamos compreendendo o perfil desta geração, ao menos nos aspectos que nos orientam na localização no tempo, e com isto uma maneira de reagir com o dia-a-dia dos tempos atuais. Não é pouca coisa não! Eu comecei a trabalhar com Terceira Idade há 33 anos. Naquela época não existia material bibliográfico que nos orientasse nesta tarefa. Eu tive o privilégio de começar a minha experiência como integrante de uma equipe onde interatuávamos um Médico, uma Assistente Social e um Professor de Educaçao Física - os três com enormes desejos de ENTENDER a grande tarefa e logo fazer caminho... andando. A mesma pratica nos foi orientando neste grande desafio, e assim melhorando a nossa proposta. Mas me permitam relembrar um acontecimento muito interessante durante o desenvolvimento de uma das minhas aulas. A Assistente Social me pergunta por que eu falava tão baixo..., confesso que no primeiro momento me incomodei, pois naquela época não era de estilo mexer com as orientações de outros colegas, muito mais se estes eram de outra profissão. A minha resposta foi que eu havia apreendido durante os anos de formação como Professor de Educaçao Física que "pedagogicamente quando você vê que alguns alunos falam durante as explicações, é importante baixar o som da sua voz, então quem esta conversando, como não escuta bem, deixa de conversar". Até parecia uma resposta lógica na hora da comunicação entre Alunos e Professor, mas a resposta da Assistente Social mudou algumas coisas a se terem em conta para um futuro próximo: "Lembre Raúl, que a maioria dos teus alunos... não escutam bem, pois pouco a pouco vão perdendo a audição...". Ginástica, Recreação... é ali onde a comunicação é uma experiência de Vida e Saúde. Era necessário criar estratégias de comunicação para melhorar o entendimento e facilitar assim uma dinâmica onde cada um pudesse se sentir a vontade em um ambiente agradável e prazeroso. Então o gesto e a palavra começavam a ocupar um lugar importante na hora de ministrar as aulas. Agora, além de dizer "vamos fazer uma roda bem grande de mãos dadas", poderíamos dizer também o mesmo, acompanhando com um gesto de braços e mãos, "visualizando" o gesto que se soma a palavra, ampliando assim as possibilidades de entendimento do que foi solicitado. Muitas vezes o gesto supera a palavra na hora de entender uma mensagem. Não será a mesma coisa dizer "hoje vamos trabalhar glúteos e abdominais" do que dizer "hoje a proposta é movimentar e fortalecer glúteos e abdominais". A primeira proposta manda: "vamos trabalhar...", a segunda proposta é estimulante, é quase um convite: "a proposta é movimentar e fortalecer...", em uma etapa da vida em que estas duas palavras são bem entendidas, propõem movimento, propõem fortalecer, se ligam diretamente com as suas necessidades de movimento (caminhar melhor, aumentar a segurança no aparelho locomotor) e de força (facilitando as tarefas do dia a dia), vinculados diretamente com a sua qualidade de vida e com o seu bem estar. Será importante também, conhecer os nossos objetivos nesta etapa da vida - a melhor maneira de escolher o conteúdo adequado para um bom programa de Ginástica e Recreação com Terceira Idade. Além de algumas dicas que irão aparecendo à medida que a prática faz suar a camiseta. LIVRO DO AUTOR: Recreação na TERCEIRA IDADEEditora Sprint, janeiro de 2009 – 5º edição. SOBRE O AUTOR: Leia os Comentários Envie seu comentário |
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