Brasileiro provoca, Pistorius rebate e esquenta clima para final dos 200m

Oscar Pistorius, favorito a levar o ouro nos 200m T44

Virou rivalidade a disputa nos 200 metros classe T44 entre Alan Fonteles e o Oscar Pistorius. Neste sábado, na primeira bateria da eliminatória, o brasileiro bateu o recorde mundial da distância com a marca de 21s88, superando o tempo de Jim Bob Bizzell, de 22s62. Na terceira, o sul-africano entrou na pista e superou o rival com 21s30. "Eu terminei soltando a prova. Amanhã (domingo) eu vou conseguir fazer melhor, ganhar e fazer melhor tempo." Disse o atleta, que revelou já ter tática para a prova. "Sair forte e terminar forte."

Quando soube que Alan havia dito que guardou algo mais para a final de hoje, Pistorius rebateu com humor. "É bom que ele tenha porque vai precisar." Antes, porém, mostrou-se bem mais sério do que de costume ao reparar que o brasileiro aumentou o tamanho das próteses, embora isso não seja irregular. "Se você vê provas mais antigas, vai ver que ele era mais baixo do que eu. É um problema porque a regra permite próteses cada vez mais longas."

Pistorius disse que não pensava em bater o recorde mundial nas eliminatórias. "Fazer isso na minha primeira corrida depois da Olimpíada é algo que eu nem sonhava", admitiu. "É um bom sinal de que coisas boas virão na sequência." Alan, por outro lado, já pensava em uma marca expressiva. "Vim pensando correr na casa dos 21s", revelou. Como ainda sente que pode melhorar, está confiante de polarizar a disputa da final com Pistorius. "Sou o grande rival dele e espero fazer história aqui em 2012."



Dois ouros. Três dias, três medalhas, dois ouros e uma prata. Neste sábado, o nadador André Brasil comemorou mais uma vitória na Paralimpíada de Londres, desta vez na prova dos 100 metros borboleta S10, com o tempo de 56s35, novo recorde olímpico. Nos 200 metros livre classe S5, Daniel Dias passeou na piscina. Ganhou sua segunda medalha de ouro nos Jogos com quase meia piscina de vantagem sobre os adversários e também bateu seu recorde olímpico ao completar a prova em 2min27s83. Para se ter uma ideia da hegemonia, o segundo colocado, o espanhol Sebástian Rodriguez, fez a marca de 2min43s11. Clodoaldo Silva se classificou para a final, mas desistiu da disputa. Sentiu uma contusão no ombro e preferiu se poupar para outras provas do programa.

"Hoje eu senti mais o peso da idade", disse Brasil com um pouco de humor após seu terceiro pódio olímpico. Segundo ele, nunca foi tão importante chegar à medalha, independentemente do tempo estabelecido pois os efeitos do desgaste já puderam ser sentidos. O nadador, no entanto, está feliz não só com os resultados mas com a receptividade do público britânico que tem praticamente lotado a arena da natação todos os dias.

"Foi uma loucura quando eu fui para as arquibancadas encontrar meus pais depois do primeiro ouro e vi que eles tem torcido para nós brasileiros quando não há britânicos na disputa", conta. "Fico realmente contente quando vejo os aplausos do público e uma criança que nem sabe a minha língua se aproximar e chorar de emoção por poder pegar a medalha e tirar uma foto."

Dias diz que teve de se esforçar muito para conseguir o resultado. "Essa doeu muito", apontou o nadador após a disputa. "Na prova dos 50m livre a gente sente as dores mais depois da prova, mas nos 200 é durante." O nadador falou que pretendia bater o recorde mundial. "Mas não foi pelo cansaço que não aconteceu. Tivemos algumas coisinhas que não saíram tão bem", admitiu. Neste domingo a dupla participa das provas de revezamento. "Temos chineses muito bons, ucranianos muito bons. Vai ser difícil mas vamos lutar por uma medalha, talvez de bronze", prevê.

No judô o Brasil conquistou mais uma medalha, um bronze com Antônio Tenório. O judoca, que lutava pelo pentacampeonato paralímpico, sofreu a primeira derrota da carreira na competição para o russo Vladmir Fedin. Foi para a repescagem e garantiu o bronze com vitória sobre o iraniano Hamed Alizadeh.