topfiep

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Tradição musical paraense, carimbó é declarado patrimônio do Brasil.

Marapanim, no nordeste do estado, é considerado o berço do carimbó. Reconhecimento do ritmo como patrimônio foi oficializado esta semana.

Marapanim, considerado o berço do carimbó, deu origem a essa espécie de hino do estado do Pará. Derivado da palavra korimbó, como era chamado o tambor, o ritmo se originou dessa mistura legítima de elementos regionais, e se transformou numa cadência única, que caiu no gosto popular. Em reconhecimento a essas décadas de manifestação cultural, o carimbó foi declarado patrimônio cultural imaterial do Brasil.
O registro foi oficializado nesta semana, em Brasília, na sede do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). O pedido foi feito em 2007, por quatro associações culturais de carimbó do estado.
"Existem alguns critérios que são pré-requisitos para isso, não só do ponto de vista da documentação estar correta, mas questões que são conceituais. Tem que ser uma manifestação de cunho tradicional, de transmissão geracional, que tenha uma continuidade de mais de 100 anos e, no caso do carimbó, a gente via que atendia a todos esses pré-requisitos", explica a superintendente do Iphan no Pará, Maria Dorotéia Lima. "O korimbó virou instrumento, carimbó virou a expressão cultural completa que envolve a dança, a música e a poética", completa o historiador Isaac Loureiro.
Tradição
Há mais de 2 séculos, o carimbó tem se reinventado. A dança, os instrumentos e as músicas sofreram mudanças ao longo dos anos. O ritmo, uma herança de um povo simples do interior da Amazônia, já é conhecido no mundo, e se tornou mais um motivo de orgulho para o paraense.

A manifestação está presente em quase todas as regiões do estado e em famílias como a de Mestre Venâncio, um dos divulgadores do carimbó. Natural de marapanim, nordeste do estado,  o amor pelo ritmo começou aos 8 anos, quando ele já circulava pelas rodas de música. Em Belém, há 34 anos fundou o grupo paráfolclorico "Os Baioaras", que já levou para fora do país uma das heranças mais importantes dos paraenses.
"Os instrumentos, roupas, tudo foi mudando. Temos orgulho de estar em outros países". Os ensinamentos foram repassados para toda a família. Edson Padrilha.
Desde o surgimento da manifestação cultural, alguns mestres de carimbó se destacaram no cenário nacional e internacional, como os saudosos mestres Lucindo e Verequete. Mas essa dança genuinamente paraense continua sendo imortalizada ao som de outros compositores como pinduca, carinhosamente conhecido como o "Rei do Carimbó".
"Eu me sinto muito gratificado e acredito que também os nossos irmãos que cantam e tocam e todo o Pará estão de parabéns. Estou muito feliz, é uma gratificação", declarou Pinduca.

Nenhum comentário: