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segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Seel lança IV Jogos Indígenas sábado em Marudá


No próximo sábado, dia 16, às 19 horas, na praça de Marudá, distrito do município de Marapanim, região nordeste do Estado, será feito o lançamento oficial dos IV Jogos Tradicionais Indígenas do Pará, um dos eventos mais emblemáticos da cultura, tradição e esporte paraense, que está de volta e cheio de renovação.

A quarta edição dos Jogos Tradicionais Indígenas ocorrerá na praia de Marudá, no período de 4 a 10 de setembro deste ano. O evento é promoção do Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), em parceria com o Comitê Intertribal Memória e Ciência Indígena e tem patrocínio da Celpa e da Caixa Econômica Federal. Outros parceiros são a Secretaria de Estado de Turismo (Setur) e da Companhia Paraense de Turismo (Paratur).

Disputar a primeira colocação sim, mas os Jogos Indígenas não são uma competição entre as tribos. Desde a primeira versão, as etnias encontram-se principalmente com o intuito de fazer uma interação entre as diversas tribos indígenas presentes.

Para atender e receber aos cerca de 600 indígenas de 13 etnias do Pará e mais duas convidadas dos Estados da Bahia e Tocantins, uma grande estrutura está sendo construída e montada em Marudá, desde o fim do mês de junho deste ano. As obras se intensificaram desde julho e continuam em ritmo acelerado, para que tudo esteja pronto no final deste mês de agosto. Além disso, a Seel está promovendo, desde maio, vários encontros com a comunidade de Marapanim e Marudá para mostrar o impacto que esse evento, que tem alcance nacional e internacional, levará aos moradores.

Os IV Jogos Tradicionais Indígenas terão a participação de cerca de 600 atletas indígenas de 13 etnias do Pará. Cada etnia participará com uma equipe máxima de 30 pessoas. São elas: Aikewara, Arawete, Assurini do Tocantins, Assurini do Xingu, Gavião Kykatejê, Gavião Parkatejê, Guarani, Kayapó, Munduruku, Parakanã, Tembé, Xikrin e Wai Wai.

As etnias convidadas são os Pataxó, do Estado da Bahia, e os Xerente, do Tocantins. Os Pataxós são os mesmos que ficaram amigos e dançaram com os jogadores da Seleção de Futebol Alemã, que ficaram hospedados em Santa Cruz Cabrália, na região sul do estado baiano, bem próximo a aldeia dos indígenas, durante os preparativos para a Copa do Mundo.

Estrutura - A estrutura para receber os indígenas é composta de 16 ocas para os atletas ficarem hospedados, a arena para a disputa das modalidades com arquibancada com capacidade para 3,2 mil pessoas, uma oca para a administração, um restaurante com capacidade de atendimento de 750 pessoas, um infocentro, a pira olímpica – que é o símbolo dos jogos –, uma estrutura que contempla um ambulatório de atendimento médico, um almoxarifado, a secretaria executiva e a sala de imprensa.

Além disso, dois grandes portais, um para o acesso do público e outro para os índios, estão em construção. Os materiais usados são aqueles a que os indígenas estão acostumados e que compõem o seu habitat natural.

Depois de encantar os paraenses em Tucuruí, em 2004, e Altamira, em 2005, os moradores da região de Conceição do Araguaia receberam os Jogos Indígenas em 2006. O formato da competição em Marudá promete ser de grande renovação da estrutura geral, mas mantendo as tradições indígenas. Continuam em evidência as exibições das modalidades tradicionais, como a corrida de toras, arco e flecha (Apãnare), zarabatana, cabo de força, kagót, arremesso de lança e lutas corporais, e também as tradicionais, não indígenas, como futebol, natação e atletismo.

A interação se dá também nas apresentações de danças, feira de artesanato, exposição de fotografias, sessões de cinema, sessão de pajelança e cantos mostrados entre uma e outra competição, tornando os Jogos Indígenas um show de cultura e também de esporte.

Interesse – Um evento como os Jogos Indígenas desperta um grande interesse em todos. A Seel tem recebido inúmeras solicitações de credenciamento da imprensa nacional e internacional. Duas emissoras de televisão, uma da França e outra da Espanha, já fizeram contato solicitando participar da cobertura do evento.

Um fotógrafo de Belém, em parceria com uma agência de Brasília, organizou uma caravana de outros fotógrafos e irão fazer uma imersão cultural numa expedição fotográfica, que os levará a ficar seis dias em Marudá fazendo fotos do evento.

Para Ana Júlia Chermont, coordenadora geral dos IV Jogos Tradicionais Indígenas, a cobertura da imprensa será priorizada. “Temos o maior interesse de que esse evento se torne uma tradição em escala mundial. Estamos trabalhando arduamente para que tudo fique pronto e tenhamos a melhor edição dos Jogos”, disse a coordenadora.

Outro ponto que Ana Júlia evidencia é que os Jogos vão deixar um legado à comunidade local. “Quando fizemos a edição dos Jogos dos Povos Indígenas na praia do Crispim, também em Marapanim, em 2002, construímos um poço artesiano, que ao fim do evento, ficou para a comunidade, e está sendo usado até hoje por eles. Uma das nossas ações após os Jogos em Marudá será a doação de toda a madeira da estrutura para a comunidade do entorno”, informou.

Serviço:

Lançamento oficial dos IV Jogos Tradicionais Indígenas do Pará, promoção do Governo do Estado, por meio da Seel, no sábado, dia 16, às 19 horas, na praça de Marudá, nordeste do Estado. Entrada gratuita.

FOTOS: Ray Nonato

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