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terça-feira, 19 de maio de 2015

Basquetebol na escola.

Passe e marcação fazem parte do esporte e devem ser ensinados em situações de jogo.

O basquete é um campo rico em experiências corporais, pois envolve movimentos variados, como quicar a bola, lançar à cesta, fazer o passe e se esquivar da marcação. Mas, para que essa prática, comum nas escolas, resulte em aprendizado para todos, é preciso abandonar o trabalho centrado apenas na técnica. "Devemos fugir das aulas que selecionam os melhores e marginalizam os com menos habilidade".
 Basquetebol na escola.
 Basquetebol na escola.

O ensino de basquetebol também inclui o treinamento das capacidades técnicas da modalidade. Neste sentido, Greco (2005) destacam as seguintes habilidades técnicas que devem ser ensinadas:

  • Organização dos ângulos no arremesso;
  • Controle da força na condução, lançamento ou arremesso da bola;
  • Determinar e controlar o tempo de passe da bola;
  • Determinar linhas de corrida no lançamento da bola;
  • Se oferecer ou movimentar-se no momento e espaço mais adequados ao jogo;
  • Antecipar a direção e a distância do passe;
  • Antecipar ou tentar prever a posição da defesa;
  • Observar os deslocamentos dos adversários e dos seus parceiros.
    A terceira vertente importante é o desenvolvimento das capacidades coordenativas em jogos escolares (GRECO, 2005). Neste sentido, diversos exemplos de atividades de ensino são apontadas (GRECO, 2005):
  • Dançar com bolas conforme a música;
  • Balançar-se num banco sueco, lançar e pegar uma bola;
  • Jogo da sombra com o colega quicando uma bola;
  • Balançar-se num banco sueco e conduzir uma bola;
  • Circundução simultânea dos braços ou em sentido contrário;
  • Lançar uma bola para cima e pegá-la após um giro completo sobre o eixo longitudinal; e
  • Andar paralelo a uma linha reta e simultaneamente cruzar os braços, abrir e fechar pernas e pés.

Atitudes, valores e cultura: contribuições do ensino de basquetebol

    É muito importante enfatizar que o ensino do basquetebol na escola deve sempre considerar os pontos crucias abordados por Darido (2012) e Souza Junior e Darido (2003):
  • Valorizar a cultura corporal já presente nos alunos;
  • Promover a inclusão por meio da educação física e tentar evitar a exclusão, inclusive a autoexclusão;
  • Dar significado ou contextualizar as atividades e saberes a serem desenvolvidos;
  • Promover a participação ativa dos alunos mediante rodas que proponham modificação das atividades (se for o caso) e das regras dos jogos;
  • Diversificação dos espaços, das atividades, das aulas e dos materiais utilizados;
  • Utilizar as regras dos jogos para ensinar a importância da disciplina;
  • Promover a participação de meninas e meninos;
  • Integrar o ensino-aprendizagem da educação física ao projeto político-pedagógico da escola, bem como à família e à comunidade em geral.

    Embora muitos professores ainda sobrevalorizem os aspectos técnicos e até midiáticos do esporte, deixando de discutir os conteúdos do basquetebol com os alunos, outros têm sido abertos a ir além da técnica, discutindo e formulando democraticamente seus conteúdos de disciplina, buscando também ensinar e discutir valores fundamentais da cidadania, como inclusão, diversidade, autonomia e cooperação (Impolceto et al., 2007).
    Neste sentido, a experiência de uma professora de escola pública em bairro pobre de Pelotas (RS), enfatizando conhecimentos, valores e atitudes, valorizou a construção de um projeto político pedagógico pautado na inclusão social e na cidadania. A longo prazo as aulas de Educação Física, incluindo o conteúdo de basquetebol, vêm contribuindo para a discussão da violência e tem reduzido as diferentes formas de discriminação e “bullying” naquela escola (Guimarães, 2011).

Conclusão

    O ensino atual do basquetebol na escola deve enfatizar os preceitos da iniciação esportiva universal, respeitando a cultura e bagagem cultural dos alunos, bem como integrando o esporte à escola e à comunidade e resgatando a cidadania, a motivação, o prazer e a alegria de jogar.


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