Colaboração para o Viva Bem
09/01/2018 04h15
Estimular os hábitos saudáveis desde
cedo é um dos principais desejos de pais e cuidadores. O problema é que nem
sempre esses estímulos são fáceis. A correria diária e a praticidade dos
alimentos industrializados são alguns dos obstáculos para colocar em prática
esse desejo.
No entanto, os especialistas ouvidos pelo VivaBem são unânimes em dizer que o esforço vale a pena. Uma criança que
se alimenta bem, brinca e tem uma rotina bem estruturada, não tem benefícios
apenas físicos ao longo de sua vida. Ela também cresce com mais confiança, autonomia
e vontade de explorar o mundo.
Fontes: Renato Santos Coelho, pediatra e membro da Sociedade de Pediatria
do RS; Daniela Gomes, pediatra e nutróloga do HCor (Hospital do Coração);
Ricardo Cunha, profissional de educação física e José Gabel, membro da
Sociedade de Pediatria de São Paulo.
Faça pelo menos uma refeição do dia com as crianças
Com a vida corrida,
não é fácil reunir toda a família para o almoço ou jantar durante a semana, mas
o encontro é importante. Na mesa, as crianças podem observar (e imitar) os
hábitos alimentares dos pais, aprender a compartilhar e, principalmente, ter um
momento de interação com todos da família. "A mesa é um dos poucos lugares
em que as crianças podem observar seus pais interagirem, negociarem, resolverem
problemas e expressarem emoções", diz um artigo publicado pelo Colégio
Americano de Pediatras.
Alimentação não é prêmio (ou castigo)
Um dos principais
erros que os pais cometem na alimentação dos filhos é transformar o ato de
comer (ou de não comer) em um evento que merece prêmio. Por isso, frases do
tipo "se você comer tudo, ganhará um doce" ou "se não comer,
ficará de castigo" devem ser eliminadas do vocabulário. O ideal é
estimular a curiosidade da criança e nunca forçá-la a comer. A dica é tentar
perceber os sinais de fome e saciedade e o gosto da criança e respeitá-la.
Elimine toda distração na hora das refeições
Brinquedos na mesa
ou televisão ligada devem ficar fora do "cardápio" na hora da
refeição. A dica já é bastante conhecida, mas nem sempre é fácil de ser levada
a sério. Metade dos brasileiros come alguma coisa enquanto vê TV, de acordo com
os dados da edição de 2015 da Pesquisa Brasileira de Mídia. Para as crianças, o
momento da refeição precisa ser tranqüilo. Isso ajuda a evitar distrações e
encoraja os pequenos a conhecerem o sabor dos alimentos, mastigarem com calma e
valorizarem o ato de comer.
Cuidado com o que você oferece
O ideal é que a
criança coma apenas alimentos naturais, sem açúcar e saudáveis. Mas conseguir
isso todos os dias é complicado. Por isso, os especialistas sugerem que as
trocas sejam feitas sempre que possível. Se a criança for pequena, por exemplo,
tente acostumá-la a não tomar refrigerante, comer alimentos açucarados e ricos
em gorduras ruins. Vale ressaltar que o caminho não é privar a criança de
determinado alimento, mas sim oferecer alternativas mais saudáveis.
Diversifique a alimentação
Apresentar
alimentos variados ou o mesmo alimento de diferentes maneiras, pode evitar que
as crianças fiquem seletivas demais, principalmente à medida em que vão
crescendo. Se possível, prepare refeições coloridas, que encham os olhos. Vale,
inclusive, optar por pratos infantis, que já vêm com divisórias. Procure também
deixar seu filho apreciar o aroma da comida feita na hora. Tudo isso vai
despertar os sentidos dele.
Estimule a brincadeira
O ato de brincar é
muito importante na infância e vai além do simples entretenimento. É através da
brincadeira que a criança aprende, experimenta o mundo, desenvolve relações
sociais, cria autonomia, aprende a compartilhar, cooperar, liderar etc. Quando
a criança é pequena, qualquer atividade dentro de casa já estará estimulando o
desenvolvimento físico e intelectual. O ideal é que as atividades durem entre
30 e 45 minutos antes de um descanso. Esse é o tempo ideal que a criança presta
atenção na brincadeira. Passou disso, começa a perder o foco.
Incentive-o a praticar um esporte
De acordo com
Ricardo Cunha, a partir dos 5 ou 6 anos, os pais já podem pensar em incentivar
a criança a participar de algum esporte com que ela se identifique. Qualquer
que seja a modalidade e, assim como na brincadeira, a prática de um esporte
ajuda a desenvolver a ideia de compartilhamento e melhora a autoestima. "A
partir dessa idade, além do esporte, é interessante estimular as brincadeiras
fora de casa também, como em quadras, andar de bicicleta e correr", diz o
professor de educação física.
Crie uma rotina leve
A previsibilidade
das tarefas e acontecimentos ao longo do dia deixam as crianças mais seguras e
menos ansiosas. No entanto, estabelecer uma rotina não significa
sobrecarregá-la com atividades --o ócio e o tédio também são importantes.
Quando não existe horário definido para acordar, comer, ir à escola e brincar,
a criança pode apresentar quadros de ansiedade e insegurança. Isso porque a
infância é uma fase com muitas transformações e a criança já se sente confusa
internamente.
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